“Quero ser uma Irmã Franciscana de Allegany”, resposta mútua das noviças quando questionadas como se imaginam em 10 anos
Elas disseram sim mais uma vez. Cleise Canté e Eloenia Soares firmaram na decisão e caminham para se tornarem Irmãs Franciscanas de Allegany. A partir de agora, com o noviciado, se dedicarão aos estudos e vivência de espiritualidade. Irão buscar no silêncio e em orações formas consistentes de responderem ao chamado que cada uma teve.
Já se passaram três anos desde o primeiro sim. No entanto, do chamado fazem muito mais. Aquele chamado que se dá no íntimo e descrevem como uma voz firme, mas que faz a alma transbordar de amor. Mesmo assim, não foi fácil. Como todo ser humano, elas tiveram medo e incertezas. Mas em comum ambas sabiam que queriam dedicar suas vidas ao próximo e na igreja, desde cedo se sentiam mais perto deste objetivo.
Eloenia sentiu pela primeira vez esse chamado durante a sua crisma, aos 15 anos. Mais precisamente durante a homilia do Bispo. Parecia que as palavras eram faladas para ela, como se ali não houvesse mais ninguém. Depois disso, ela buscou orientação espiritual e chegou a se juntar a uma instituição de leigos. Mas ao ver as Irmãs Franciscanas de Allegany em um evento percebeu que era esse carisma que ela buscava. Naquele dia, ficou apenas na ideia. Ela seguiu participativa na Comunidade, ajudava com os eventos da paróquia. Cursou direito. Mesmo assim, algo a incomodava.
Um dia decidiu-se: precisava entrar para alguma Congregação! Como era mesmo aquela com as irmãs simpáticas, alegres e carismáticas? Isso! Irmãs Franciscanas de Allegany! Naquele mesmo instante ela fez uma busca pela internet. Achou o telefone do Convento Mãe Admirável e ligou, sem hesitação. Dias depois uma das Irmãs, a Irmã Ana Cristina, responsável pelas novas vocações batia em sua porta. “Passei um ano vindo ao Convento Mãe Admirável todo mês, conheci as irmãs. Conversava muito com todas. Até que finalmente chegou o dia de escrever minha carta pedindo para ser aceita”, contou.
Sua maior vontade é servir a Congregação e os mais necessitados. “Eu sempre quis seguir os passos de São Francisco de Assis. Daqui a 10 anos me vejo como uma verdadeira Irmã Franciscana de Allegany. Onde precisar eu estarei. O tempo vai me preparar para o que for necessário. Até aqui já aprendi muito. Aprendi a ser menos individualista, a pensar no coletivo. Tenho em mim hoje um sentido de pertença muito grande”, concluiu.
Aos 10 anos, Cleise sonhou ser freira. Ela mal sabia o que era uma freira. Talvez tivesse visto em algum filme, mas nenhuma pessoalmente. Independente disso, o sonho era muito realista e até seus 15 anos ele voltava com frequência a sua memória. Era dedicada também às atividades da igreja, quando conheceu algumas Irmãs Franciscanas de Allegany. “Me encantei. Eu fui a pessoa indicada para andar com elas e mostrar as outras comunidades. Quanto mais elas falavam mais eu me apaixonava por aquilo que elas representavam”, lembrou. Logo duas Irmãs se mudaram para a Vila Curuai, onde ela vivia. E com frequência passou a visitar o convento e conversar com as Irmãs sobre vocação.
Cleise é a 11ª de 12 irmãos. Sempre teve a casa cheia, cresceu rodeada da família. Hoje tem nada menos que 23 sobrinhos, contados por ela. “Não é fácil deixar a família para trás, principalmente se percebermos que eles precisam de nós”, disse. No entanto, para ela a vida religiosa é desafiadora e repleta de amor. Se sente completa ao lado das demais Irmãs que ela escolheu para trilhar um novo caminho da caridade e do bem. “Tive muita orientação, muito acompanhamento. Isso sempre me ajudou muito a decidir”, lembra.
Após o período de noviciado, já na fase do noviciado canônico pretende cursar fisioterapia. “Quero poder ajudar e estar presente na vida das Irmãs mais idosas. E vejo que isso é uma necessidade. Mas todas as missões que forem determinadas para mim aceitarei de coração aberto. Neste momento, vou me preparar para isso”, encerrou.